Desenho

O Desenho não se apresenta nas listagens do Manifesto nem da Numeração das Artes, mas eu sou apologista de que deveria apresentar-se, pois ele produz efeitos lindíssimos. Talvez não esteja porque uma pintura, por exemplo, parte de um esboço, que é um desenho, mas, na realidade, um desenho é muito mais trabalhado que um esboço, e ele inclui relevos, sombras, efeitos de claro/escuro, efeitos de sfumato, dégradés, profundidades, perspectivas... técnicas que transferem ao resultado final o verdadeiro conceito de Obra de Arte. Ou então é até, porque o Desenho pertence às Artes Plásticas e Belas Artes, quiçá. Mas deveria ser incluído, tanto pelo esforço que exige, num trabalho minucioso e dedicado, como na representação conceptual e no brilho do resultado final. E Design não é simplesmente Desenho, no que concerne à História de Arte.
É importante considerar o conceito de Estética como, ciência da arte e filosofia do belo...
Arte é igual a vida. A Arte pode ser bonita ou feia, ela não deixa de ser arte.
Leonardo Da Vinci diz: "A arte antes de mais nada é «cosa mentale»."



O valor cultural, por sua vez, é objeto de estudo da filosofia, da psicologia e da sociologia. Do ponto de vista filosófico, sociológico e psicológico, o valor cultural recebeu as mais variadas definições e promoveu inúmeras discussões paralelas (tal como a da neutralidade dos valores na pesquisa científica, a relação de valores e gosto etc...). Na Filosofia, os filósofos que se dedicam ao estudo da ética ou da axiologia vão ser aqueles que irão contribuir mais intensamente com a discussão sobre o conceito e caraterísticas dos valores produzindo várias conceções, algumas chamadas subjetivistas e outras objetivistas. Na Psicologia, o estudo de valores vai estar relacionado mais com a questão do comportamento e das atitudes dos indíviduos. Na Sociologia, os valores vão ser abordados com produto das relações sociais e relacionados com "normas", "representações", etc.

Para o antropólogo Clide Kluckhon, valor é "uma concepção do desejável explícita e implícita, característica de um indíviduo ou grupo, e que influencia a selecção dos modos, meios e fins da acção".

Para a filósofa Agnes Heller, o valor é um "modo de preferência consciente".

Para o psicólogo Alpport, "um valor é uma crença em que o homem se baseia para actuar por referência" (apud Viana, 2007).

Para o sociólogo Nilde Viana, "o valor é algo significativo, importante, para um indíviduo, ou grupo social". Este sociólogo distingue entre valores fundamentais (ligados a valoração primária) e valores derivados (valoração derivada) e entre valores dominantes (axiologia) e valores autênticos (axionomia).


Valor é um conceito que faz parte do estudo da filosofia, sociologia, economia, psicologia, antropologia e política.





O Desenho é uma conceção artística ligada à produção de obras bidimensionais, diferindo, porém, da pintura e da gravura. Neste sentido, o desenho é encarado tanto como processo quanto como resultado artístico. No primeiro caso, refere-se ao processo pelo qual uma superfície é marcada aplicando-se sobre ela a pressão de uma ferramenta (em geral, um lápis, ou barras de pastel seco, carvão ou até canetas) e movendo-a, de forma a surgirem pontos, linhas e formas. O resultado deste processo (a imagem obtida), portanto, também pode ser chamada de desenho.



A representação do homem vitruviano, como imaginado por Leonardo da Vinci, é um dos desenhos mais conhecidos do mundo.
O desenho envolve uma atitude do desenhador (o que poderia ser chamado de desígnio) em relação à realidade: o desenhador pode desejar imitar a sua realidade sensível, transformá-la ou criar uma nova realidade com as características próprias da bidimensionalidade ou, como no caso do desenho de perspectiva, a tridimensionalidade.









Leonardo dizia que o grande artista deve unir o talento que possui, ou seja o seu dom natural, ao conhecimento adquirido através de estudo e prática. Os desenhos anatómicos de Leonardo foram tão revolucionários, não exatamente devido ao seu talento apenas, mas à profundidade e precisão adquirida, graças aos trabalhos de dissecação de cadáveres e estudos de movimento.

O estudo do feto no útero foi feito a partir da dissecação de uma vaca.
Dissecava corpos à luz de velas, durante horas a fio, com um pedaço de pano a tapar-lhe o nariz e a boca para suportar o cheiro e evitar infecções.
Leonardo da Vinci era tão obcecado pelo rigor quando retratava a mulher de um mercador florentino, como quando fazia a autópsia a um desconhecido numa universidade para depois lhe desenhar os músculos e os órgãos. O seu grau de exigência era o mesmo, assim como o seu desejo de perfeição.

As obras-primas de Leonardo da Vinci já seriam suficientes para colocá-lo entre os artistas mais talentosos e influentes de todos os tempos. Contudo, a sua fama de génio universal tem origem nos esboços, desenhos, invenções e anotações registadas nos seus cadernos de estudo, que foram publicados apenas séculos após a sua morte.


A arte de Da Vinci é arte retiniana por excelência.



A Fenomenologia, nascida na segunda metade do séc. XIX, apartir das análises de Franz Bretano sobre a intencionalidade da consciência humana, trata de descrever, compreender e interpretar os fenómenos que se apresentam à percepção. Propõe a extinção da separação entre «sujeito» e «objeto» (opondo-se ao pensamento positivista do séc. XIX) e examina a realidade a partir da perspetiva da primeira pessoa.
Edmund Hussere, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty foram alguns dos principais filósofos fenomenologistas do séc. XX.
O método fenomenológico define-se como uma volta às coisas mesmas, isto é aos fenómenos, aquilo que aparece à consciência, que se dá como objeto intencional. O seu objetivo é chegar à intuição das essências, isto é, ao conteúdo inteligível e ideal dos fenómenos, captado de forma imediata.
Toda a consciência é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência não é uma substância, mas uma atividade constituída por actos (percepção, imaginação, especulação, volição, paixão, etc.) com os quais visa algo.

As essências ou significações (noema) são objetos visados de certa maneira pelos actos intencionais da consciência (noesis).
A fim de que a investigação se ocupe apenas das operações realizadas pela consciência, é necessário que se faça uma redução fenomenológica ou Epoché, isto é, coloque-se entre parênteses toda a existência efetiva do mundo exterior.

Na prática da fenomenologia efetua-se o processo de redução fenomenológica, o qual permite atingir a essência do fenómeno.







Estudo de perspetiva também foi minuciosamente trabalhado pelo artista.




Da Vinci também foi um cientista, engenheiro, inventor, além de desenhador e pintor. São muitos os seus estudos e esboços que se perservam e utilizam até hoje.



O desenho não é necessariamente sempre um fim em si mesmo, podendo vir a assumir uma função ou caracterizar-se como mediação para outro fim. Entre as várias modalidades possíveis de desenho, incluem-se:
  • Desenho geométrico
    estudo padronizado e normatizado do desenho em duas dimensões, voltado para a representação plana de entes geométricos para a simples exibição ou resolução geométrica de problemas de Matemática;
  • Desenho projetivo
    estudo padronizado e normatizado do desenho em duas dimensões acerca de entes de três dimensões. É composto de variações como o Desenho Técnico (representação de elementos tridimensionais em duas dimensões, voltado primordialmente para a exibição em si), Geometria Descritiva (representação de elementos tridimensionais em duas dimensões, voltado principalmente para a determinação da verdadeira grandeza de ângulos, distâncias e áreas);
  • Desenho arquitetónico
    desenho que visa especialmente o projeto de arquitetura;
  • Ilustração
    um tipo de desenho que pretende expressar alguma informação, normalmente acompanhado de outros media, como o texto;
  • Croquis ou esboço
    desenho rápido, normalmente feito à mão sem a ajuda de demais instrumentos que não propriamente os de traçado e papel, feito com a intenção de discutir determinadas ideias gráficas ou de simplesmente registá-las. Normalmente são os primeiros desenhos feitos num processo para se chegar a uma pintura ou ilustração mais detalhada. Os croquis são muito utilizados por estilistas de moda;
  • Modelo vivo
    ilustração feita a partir de cópia do natural, tendo-se como tema o corpo ou a situação vivida por um modelo.


Retrato

O retrato é um género na pintura, ou na fotografia onde a intenção é descrever o sujeito humano. Os retratos frequentemente constituem importantes registos. Historicamente, as pinturas de retratos representam os ricos e poderosos. Ao longo do tempo, no entanto, tornou-se mais comum para os mecenas de classe média encomendar retratos das suas famílias e colegas. Hoje, as pinturas de retratos ainda são encomendadas por governos, corporações, grupos, clubes e indivíduos. Além da pintura, retratos também podem ser feitos em outros media, como a litografia e fotografia.
Eu, particularmente realizo o retrato em Desenho.




O lápis de grafite

Em 1565, na Grã-Bretanha, é localizado o primeiro registo do uso do grafite nas minas dos lápis, feitos como uma sanduíche de dois pedaços de madeira, com a grafite no meio. O primeiro registo do uso do Lápis na Alemanha ocorre em 1644. Em 1761 na aldeia de Stein, perto de Nuremberg, o marceneiro Kaspar Faber (1730-84) começa a produzir lápis na sua oficina, que o seu filho Anton Wilhelm Faber (1758-1819), transformaria mais tarde em uma próspera fábrica. A partir de 1839 ocorre um aperfeiçoamento do chamado processo de fabricação da grafite, com a adição de argila - uma invenção quase paralela do francês Conté e do austríaco Hartmuth, no final do século XVIII. A partir de então, argila e grafite moídos passaram a ser misturados até formarem uma pequena barra, depois queimada.
Através da mistura de argila com grafite tornou-se então possível fabricar lápis com diferentes graus de dureza. Lothar von Faber (1817-96), o bisneto de Kaspar, aumentou a capacidade de produção da fábrica. Após a construção de um moinho de água, a serralharia e entalhamento da madeira passam a ser mecanizados, e uma máquina a vapor torna a fabricação ainda mais racional. Desta forma estava aberto o caminho para a indústria de grande porte. Em 1856 Lothar, adquire uma mina de grafite na Sibéria, não muito distante de Irkutsk, que produzia o melhor grafite da época. O "ouro negro", como a grafite era chamada, era transportado por terra nas costas de renas, ao longo de caminhos inóspitos e acidentados, até à cidade portuária, onde o material podia ser enviado de navio para locais mais distantes.

Suportes

A grafite pode ser usada para todas as superfícies, excepto nas plastificadas, onde adere mal. Quase todos os tipos de papel - lisos, texturizados, rugosos - são também um suporte adequado. Papéis como o Ingres ou Canson são ótimos suportes para trabalhos em tons de cinza e em dégradé. O tipo de papel que se usa é importantíssimo, pois determina a forma como o grafite se vai comportar. Papéis coloridos são também frequentemente usados para trabalhos de desenho a grafite.





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